Programa Caminhos do Vale doa produto beneficiado para prefeituras que desenvolvem iniciativas socioambientais
Por muito tempo, o agregado siderúrgico – resultante do beneficiamento da escória de Aciaria e oriundo do processo produtivo da indústria do aço – era destinado principalmente para grandes projetos de pavimentação rodoviária e ao aterro controlado. Uma mudança de paradigma transformou esse material, por meio da segregação e beneficiamento, em coprodutos com diversas aplicações em mercados como agricultura, cimento, lastro ferroviário, construção civil e reciclagem interna. O programa Caminhos do Vale, da Usiminas, viabiliza a pavimentação de estradas rurais no Vale do Aço a partir desse agregado. A iniciativa já aplicou mais de 1 milhão de toneladas utilizadas em cerca de 600 quilômetros de estradas rurais, na restauração de 50 quilômetros de vias urbanas e na recuperação de 35 pontes, encostas e áreas degradadas.
Ao todo, o projeto de coparticipação socioambiental – uma das ações desenvolvidas por um grupo de trabalho (GT Coprodutos) que envolve diversas áreas da empresa – já beneficiou mais de 500 mil pessoas desde o início das doações, em 2015. O destino do agregado siderúrgico produzido na Usina de Ipatinga são os municípios da região que atendem a uma série de requisitos socio ambientais, econômicos e estruturais definidos pela Usiminas. “Temos a preocupação de nos certificar e aprovar, por meio de critérios como investimentos em projetos nas comunidades, infraestrutura de equipamentos, além de recursos humanos, financeiros e técnicos, que as prefeituras irão garantir a correta aplicação do agregado doado”, afirma Roberto Maia, diretor-executivo da Usina de Ipatinga.
De acordo com Henrique Hélcio Eleto dos Santos, coordenador do GT Coprodutos da Usiminas, foram mapeadas 57 prefeituras para receberem o agregado siderúrgico. Dessas, cinco foram escolhidas inicialmente: Ipatinga, Santana do Paraíso, Coronel Fabriciano, Timóteo e Marliéria. Em 2017, esse número deverá ser ampliado para 17 municípios. “As prefeituras que não foram contempladas nessa primeira fase foram incentivadas a melhorar ou instituir um programa de gestão ambiental e a promover iniciativas socioambientais, como a recuperação e proteção de nascentes, plantio de árvores, cuidados com a fauna e flora, entre outras ações”, explica Henrique.
Em Marliéria, foram oito nascentes e diversas áreas degradadas recuperadas, 169 nascentes mapeadas e um curso de recuperação e proteção de nascentes implementado para a comunidade’, em parceria com o SENAR Minas (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), com o objetivo de promover a consciência ambiental no uso dos resíduos. Entre as iniciativas em Santana do Paraíso, um programa de educação ambiental foi implementado nas escolas do município, com a proposta de conscientizar os estudantes sobre a correta disposição de resíduos, uso racional da água e conservação de áreas de preservação permanente. Outro projeto instituído, o Horta Municipal, envolve a comunidade, em parceria com a prefeitura, na alavancagem da economia local por meio da melhoria na logística e distribuição de produtos rurais. Além disso, o projeto promove a doação dos alimentos produzidos aos lares de idosos e à população carente do município.
Para Henrique, o Programa Caminhos do Vale proporciona às comunidades envolvidas maior conforto, segurança e mobilidade. “Com a pavimentação, evita-se o isolamento que ocorria devido à precariedade das estradas no período chuvoso. As melhorias realizadas nas vias rurais possibilitam um acesso rápido e fácil dos moradores das comunidades às sedes dos municípios, ampliando significativamente a assiduidade dos alunos nas escolas rurais. Em Marliéria, o acesso escolar, que era de 77% em 2014, subiu para 100% no ano seguinte, após as obras de pavimentação realizadas por meio do programa.”
Já para a Usiminas, o Programa Caminhos do Vale superou as expectativas em relação à promoção da preservação ambiental e ao desenvolvimento social, proporcionando destinações sustentáveis aos resíduos gerados no processo industrial, reduzindo o descarte do coproduto em Aterros Controlados e otimizando estocagem e recursos financeiros. “A proposta do Grupo de Trabalho Coprodutos é consolidar novas aplicações, transformando o agregado siderúrgico em matéria-prima para o desenvolvimento de outros produtos como cimento, corretivo, fertilizantes agrícolas, artefatos de concreto e lastro ferroviário, entre outras possibilidades”, finaliza.
Informações: www.usiminas.com.br