sexta-feira, dezembro 13, 2024
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Comércio com países do BRICS deve ganhar força em 2017

China segue como maior parceiro comercial do Brasil, mas Índia cresce aceleradamente
– Acordos bilaterais devem fomentar expansão do comércio

Comércio com países do BRICS deve ganhar força em 2017O comércio entre os países dos BRICS deve ganhar força em 2017 como resultado da recuperação de Brasil e Rússia, contribuindo para uma expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB) e compensando a fraqueza relativa da China após um primeiro semestre desapontador para o comércio do Brasil com seus parceiros nos mercados emergentes, de acordo com a maior empresa de contêineres do planeta, a MaerskLine.

De fato, os volumes deverão subir como resultado do crescimento esperado de 5,7% do PIB para os países que compõem o BRICS, com exceção da África do Sul, em 2017, versus a expectativa de que 2016 feche com uma melhora de 5,3% no PIB desses quatro países – volume significativamente maior do que as previsões para o crescimento global, de 3,5% no ano que vem, contra 3,1% em 2016. Em 2017, a China deve crescer mais de 6%, enquanto Índia, Brasil, e Rússia crescerão, respectivamente 8%, mais de 0,5% e acima de 1%.

Comércio com países do BRICS deve ganhar força em 2017Entretanto, todos os países do BRICS têm enfrentado incertezas políticas, o que reduz o apetite por investimentos em infraestrutura, algo criticamente importante no sentido de ajudar esses países a reduzir os custos da cadeia produtiva e, consequentemente, estimular as exportações e a competitividade. De acordo com a MaerskLine, quando um país consegue reduzir os custos do comércio em 10%, os ganhos para as exportações podem ser de mais de 20%.

Mas a possibilidade de o Brasil acelerar a aprovação de acordos bilaterais, sinalizada durante a 8ª Conferência do BRICS em Goa, Índia, são uma notícia animadora para a reversão desse quadro.

Comércio com países do BRICS deve ganhar força em 2017“O comércio brasileiro com países do BRICS no primeiro semestre foi desapontador devido à queda nas importações, que chegaram aos níveis mais baixos historicamente, mas esse cenário está mudando, com uma melhora na demanda pelos consumidores do setor varejista, o que nos faz ter a expectativa de ver uma melhoria no consumo interno até o final deste ano e a consolidação de uma tendência mais positiva para o Brasil em 2017”, diz Antonio Dominguez, Diretor Superintendente da MaerskLine para o cluster da Costa Leste da América do Sul, que inclui o Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Embora a China continue como a principal parceira comercial do Brasil, a Índia começa a despontar como uma potencial consumidora de bens brasileiros. “A China segue como o parceiro comercial mais significativo do Brasil e, mesmo com alguma retração, seu potencial para as exportações de bens refrigerados, carne bovina em especial, continua enorme”, resume Dominguez. “Mas o potencial da Índia é enorme, considerando-se que este será o país de crescimento mais forte entre os BRICS no próximo ano”, completa.

Comércio com países do BRICS deve ganhar força em 2017No caso da China, por exemplo, o incremento de 1 kg no consumo per capita anual de carne bovina previsto para os próximos quatro anos, para 5,5 kg, deve representar o total das exportações brasileiras de carne bovina para o mundo inteiro atualmente, o que permitiria ao Brasil dobrar suas exportações de carne bovina até 2020 se exportasse esse excedente apenas para o país asiático.

Isso vem após a MaerskLine anunciar a aquisição de 14,8 mil novos contêineres refrigerados que serão somados ao investimento em 30 mil novas unidades em 2015 e outras 6 mil compradas no início do ano. A média de idade da frota de contêineres refrigerados da MaerskLine é de 7,9 anos, contra uma média de 12 anos da indústria como um todo.

“A China tem também despontado com uma importante superpotência, com capacidade para comprar frutas de diversos países. A inovação permite à MaerskLine estender a vida útil de produtos feitos à base de frutas, mitigando o efeito do tempo ao longo do percurso. Isso permite a prospecção de frutas de diferentes localidades e garante sua entrega em boas condições”, diz Nesto Amador, Diretor Comercial da Maersk Brasil.

“A exemplo dos contêineres refrigerados, a MaerskLine oferece produtos competitivos que são capazes de apoiar e estimular o crescimento para os consumidores em todas as nossas linhas”, ele acrescenta.

Comércio com países do BRICS deve ganhar força em 2017No primeiro semestre, o resultado total das importações mais exportações brasileiras foi historicamente baixo.

Ao esmiuçar esses números, torna-se rapidamente claro que a performance comercial será significativamente melhorada assim que o consumo interno voltar a crescer, já que o enfraquecimento nas importações pesou muito mais para o resultado do que o fortalecimento das exportações. A demanda brasileira por importações chinesas caiu 33% no primeiro semestre de 2016, representando o maior impacto individual no resultado geral.

Analisando-se os produtos por país, a maior parte dos bens industriais, maquinário, eletrônicos, metais, produtos de construção, químicos, vestuário, plástico e borracha importados pelo Brasil vieram da China. Todos tiveram perdas de dois dígitos, mas os químicos saltaram 25% em contraste, por exemplo.

Em contraste, a China e a Índia tiveram um papel significativo na compra de exportações brasileiras. O PIB da Índia deve se manter estável em 2017. Os bens brasileiros mais exportados para a China são papel e celulose, carne de porco e carne bovina, enquanto que, para a Índia, as maiores exportações são de metais, minérios e madeira.

A seguir, é possível visualizar a divisão das importações por porto no primeiro semestre (principais exemplos)…

…E a divisão das exportações por porto no primeiro semestre (principais exemplos):

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