Empresa está solicitando licença para implantar sistema de filtragem com empilhamento, antecipando uma tendência que deve prevalecer na indústria da mineração
A Mineração Usiminas (Musa) protocolou na Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) o pedido de licenciamento ambiental para a implantação de um novo Sistema de Disposição de Rejeitos em sua unidade localizada em Itatiaiuçu (MG). O projeto de Disposição de Rejeitos Filtrados deve consumir um investimento da ordem de R$ 140 milhões e tem como objetivo aprimorar técnica e ambientalmente a destinação dos rejeitos do processo produtivo do minério de ferro. Uma vez licenciado, será um dos primeiros grandes empreendimentos do gênero no país a utilizar a tecnologia.
Embora com custos de implantação e de operação superiores aos das barragens de rejeitos convencionais, a Musa, segundo o diretor Wilfred Theodoor Bruijn, optou pelo novo método. “Estamos nos antecipando ao que acreditamos ser uma tendência para o futuro da indústria da mineração. A filtragem de rejeitos vem sendo usada com sucesso em operações localizadas em regiões com acesso restrito à água e, agora, conseguimos adaptar com sucesso a técnica à nossa realidade, trazendo ganhos ambientais e mantendo o elevado padrão de segurança que já marca nossa operação”. Wilfred lembra ainda o ambiente mais restritivo no processo de licenciamento das barragens tradicionais. “Por tudo isso, avaliamos que investir na nova tecnologia seria mais vantajoso e em linha com os anseios da sociedade”, afirma o diretor.
O processo de empilhamento do rejeito filtrado também demanda menor área para disposição, permite ainda mais segurança no processo e possibilita ações imediatas de controle de impactos. À medida que vai sendo formada, a pilha vai simultaneamente sendo revegetada para fins ambientais e geotécnicos. A nova metodologia apresenta ainda maior vida útil da estrutura, eleva os níveis de recuperação de água, bem como oferece maior controle e estabilidade das estruturas de disposição.
A estimativa é que sejam gerados cerca de 300 postos de trabalho durante as obras e outras 50 vagas em caráter permanente. Uma vez obtida a licença ambiental, a expectativa é iniciar de imediato as obras de implantação do projeto. O prazo para conclusão das obras está estimado em 12 meses.
A Mineração Usiminas espera que o processo de licenciamento seja concluído até o próximo mês de dezembro, conforme acertado em reuniões mantidas entre a empresa e o órgão ambiental.
Sobre a decisão da Musa de investir no novo sistema, o secretário Germano Vieira, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), afirma: “Temos trabalhado firmemente no fomento de novas tecnologias para disposição de rejeitos, bem como em alternativas para construção de barragens. O governo de Minas, seguindo diretrizes legais, busca a convergência entre o desenvolvimento econômico e a preservação da qualidade ambiental e enaltece todos os projetos que cumprem essa premissa, tendo em vista que o maior beneficiário de todo esse processo é o cidadão mineiro”.
Como funciona:
O Sistema de Disposição de Rejeitos da Musa, em processo de licenciamento ambiental, visa aprimorar a destinação dos rejeitos das operações. Os materiais serão enviados para uma Planta de Filtragem, composta basicamente por processo de espessamento e a filtragem propriamente dita. A água originada no processo será recirculada, retornando para a Flotação como água de processo, enquanto a torta de rejeitos filtrados será transferida por meio de uma correia transportadora que formará a pilha intermediária. Desta pilha, os rejeitos filtrados serão transportados por caminhões para a área do empilhamento a seco, onde tratores e rolos serão utilizados para espalhar e compactar o material.
A expectativa da MUSA com o novo sistema é elevar o nível de recirculação de água no processo produtivo, uma vez que não haverá perdas do insumo por infiltração e evaporação, o que é normalmente observado no sistema de disposição de rejeitos em barragem convencional.
Adicionalmente, parte da água que fica retida junto com o rejeito no reservatório da barragem, passará a recircular diretamente para a planta, uma vez que o sistema de filtragem aumentará a concentração de sólidos no rejeito final, dos atuais 45% para aproximadamente 88%.
Porto DA USIMINAS em Cubatão inicia movimentação de cargas da Petrocoque
Contrato é o primeiro formalizado dentro da estratégia de ampliar o uso da infraestrutura local e ampliar o potencial econômico na cidade.
A Usiminas e a Petrocoque fecharam um contrato para o embarque do coque calcinado de petróleo pelo porto privado da siderúrgica, localizado em Cubatão/SP. Os primeiros navios já foram carregados e a expectativa é que, a cada mês, sejam movimentados entre um a dois navios por meio do terminal, totalizando cerca de 30 mil toneladas mensais. O produto exportado pela Petrocoque é utilizado como matéria prima nas principais indústrias produtoras do alumínio primário.
O contrato é o primeiro formalizado pela Usiminas no âmbito do plano da companhia de ampliar o uso da infraestrutura para cargas de terceiros. “Contamos com um porto bem equipado e que tem plenas condições de ampliar suas atividades portuárias. Ao abrir a possiblidade de movimentar cargas gerais, conseguimos aumentar a geração de receita para a unidade, diluímos os custos portuários e ainda possibilitamos uma opção logística eficiente e com custo reduzido para as empresas próximas à Usina”, avalia Leonardo Zenóbio, diretor executivo de Logística da Usiminas.
A parceria com a Petrocoque exemplifica bem o potencial de negócios do terminal portuário e os ganhos logísticos e ambientais. “Anteriormente, os embarques vinham sendo feitos pelo porto de Imbituba, em Santa Catarina. Temos um benefício relevante com a redução da distância percorrida pelos veículos de carga, de 740 quilômetros para apenas nove quilômetros. São menores os riscos inerentes ao transporte rodoviário, além de reduzirmos fortemente a quantidade de emissões (CO, HC, NOx) de veículos diesel na atmosfera”, diz Luis Guilherme Stella Lima, diretor comercial da Petrocoque.
Novos negócios
Com a mudança no modelo de negócios da Usina de Cubatão em 2016 – a unidade passou a comprar placas de terceiros para laminação – permitindo que novos negócios no terminal portuário fossem explorados. A Usiminas, então, realizou um estudo da potencialidade da estrutura e buscou outras empresas da região para apresentar uma proposta de uso do porto para escoamento de produção e/ou recebimento de matérias-primas.
O contrato com a Petrocoque foi o primeiro firmado dentro do projeto, mas a expectativa é que novas parcerias sejam fechadas nos próximos meses. “Nosso desejo é atingir toda a capacidade de movimentação do terminal, o que traria um impacto positivo para a Baixada Santista com mais empregos gerados na região, mais arrecadação de impostos para Cubatão e uma maior dinamização econômica tanto no Polo Industrial quanto nas regiões vizinhas, sem a necessidade de novas obras ou investimentos vultosos”, afirma Zenóbio.
A iniciativa também fortalece o condomínio industrial regional, uma iniciativa do Centro de Integração e Desenvolvimento (Cide) com apoio da Prefeitura de Cubatão para atrair novas empresas e fortalecer o Polo Industrial de Cubatão. A região, que já oferece condições diferenciadas para a instalação de indústrias, soma mais uma condição de atratividade com a nova opção logística.
Soluções Usiminas e consultoria britânica The Bakery se unem em projeto de transformação digital
A maior empresa de transformação de aço do Brasil busca junto a startups soluções para desafios do negócio
Escolhida em uma ação do governo mineiro para ter consultoria especial, a Soluções Usiminas (SU) vai receber know-how diferente para superar o desafio de reduzir seu capital de giro. A empresa será apoiada pela consultoria e aceleradora de negócios britânica, The Bakery London, em um programa de inovação aberta, voltado para startups de todo o mundo. O objetivo é aplicar o modelo de atuação e inovação das startups para identificar oportunidades de melhorias nos processos da empresa, que trabalha com os aços fabricados pela Usiminas, agregando valor por meio da transformação industrial e gerenciando a complexidade da cadeia metalmecânica do Brasil.
A proposta da SU é avançar no sentido da prestação de serviços completos, se posicionamento como uma plataforma de desenvolvimento para cerca de cinco mil empresas da cadeia metalmecânica brasileira. “Queremos equilibrar nosso modelo tradicional de negócios com novas iniciativas, que permitam alavancar nosso crescimento, das empresas Usiminas e do setor”, explica Hector Aguilera, diretor Comercial da empresa. Em contrapartida ao trabalho da aceleradora, a SU assumirá os investimentos necessários para a execução do protótipo sugerido por startups para encaminhar os temas propostos, como, por exemplo, capital de giro.
O projeto, segundo o diretor da SU, já está bem encaminhado. Representantes da Bakery têm conversado com executivos da empresa com o intuito de entender as necessidades e identificar as startups corretas para o desenvolvimento das estratégias que solucionarão o desafio. “Essa iniciativa é um passo importante para fortalecer a frente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de todas as empresas Usiminas. A conexão com startups possibilita o contato com novos tipos de negócios, ainda mais flexíveis e dinâmicos, envolvendo a resolução de desafios importantes para a companhia e propagando também a cultura da inovação”, reforça Aguilera.
A troca intensa entre diferentes empresas também é apontada como um fato positivo pelo cofundador da Bakery, Andrew Humphires. “De nossa própria experiência, sabemos que esse esforço trará ótimos resultados para a Soluções Usiminas bem como ajudará a engrandecer o ecossistema de inovação no Brasil. Assim como outras grandes empresas, a Soluções Usiminas tem muitas oportunidades para inovar e sempre ficamos muito contentes quando membros sêniores de grandes corporações como a Usiminas estão tão engajados com nosso processo e comprometidos a resolverem seus desafios, utilizando startups locais e de todo o mundo, fomentando a inovação”, avalia.
Hub Minas Digital
O projeto de parceria entre a Soluções Usiminas e a britânica The Bakery é resultado de uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, o Hub Minas Digital. O programa busca promover mudanças na cultura de negócios e estimular a criação e o crescimento de startups no estado. Desde 2015, o número de empresas desse modelo saltou 320% em Minas Gerais e o estado tem voltado sua atenção à integração entre as novas tecnologias e as empresas da economia tradicional.
A The Bakery London, aceleradora de inovação pioneira no mundo, tem como principais destaques em seu portfólio projetos desenvolvidos em parcerias com a BMW (indústria automobilística alemã), ABInBev (multinacional belgo-brasileira de bebidas e cervejas) e Unilever (multinacional britânico-holandesa de bens de consumo).
Acesse: www.usiminas.com
Usiminas registra Ebitda de R$ 519 milhões no segundo trimestre e margem Ebitda de 16%
R$ 1,16 bilhão é o Ebitda acumulado no semestre. Margem no mesmo período é de 18%
A Usiminas registrou, no segundo trimestre do ano, um Ebitda Ajustado de R$ 519 milhões e uma margem de Ebitda Ajustado de 16%. O resultado foi impactado pelo provisionamento contábil de R$ 62,4 milhões para ICMS no Rio Grande do Sul. Sem esse efeito, o Ebitda da companhia atingiria R$ 581 milhões, contra R$ 641,8 milhões registrados de janeiro a março, e a margem Ebitda registraria 18% ante 19,8% (1T18). Nos primeiros seis meses do ano, o Ebitda Ajustado da companhia atingiu R$ 1,16 bilhão e a margem de Ebitda chegou ao patamar de 18%.
De abril a junho de 2018, a Usiminas registrou um prejuízo líquido de R$ 19 milhões frente R$ 157 milhões de lucro líquido no trimestre anterior. Desconsiderados os impactos do provisionamento contábil e da paralisação dos caminhoneiros, bem como da desvalorização do real frente ao dólar, que atingiu 16%, a companhia contabilizaria lucro líquido superior a R$ 200 milhões. No semestre, a Usiminas totalizou R$ 138 milhões de lucro líquido.
“Nos últimos meses, a percepção da população e dos agentes econômicos foi duramente abalada pela paralisação dos caminhoneiros, que coincidiu com o momento de expressiva elevação do câmbio. Esses fatores, somados ao crescimento do protecionismo internacional e às incertezas no cenário político, trouxeram à tona fragilidades da economia e criaram uma crise de confiança que prossegue até o momento”, avalia o presidente da Usiminas, Sergio Leite.
A receita líquida do segundo trimestre ficou em R$ 3,2 bilhões, estável em relação ao primeiro trimestre, destacando-se os maiores preços do aço no mercado doméstico e na exportação, que compensaram os menores volumes de venda de aço e de minério de ferro. Foram comercializadas 977 mil toneladas de aço no 2T18 contra 1,08 milhão no trimestre anterior. Já a venda de minério de ferro, de abril a junho, atingiu 1,4 milhão ante 1,8 milhão no primeiro trimestre do ano.
Mesmo num cenário adverso, a Usina de Ipatinga elevou a produção de aço das 715 mil toneladas registradas nos três primeiros meses do ano para 813 mil toneladas no trimestre encerrado em junho. A produção de laminados nas usinas de Ipatinga e Cubatão totalizou 1,06 milhão de toneladas, estável em relação a do primeiro trimestre, quando foram produzidas 1,07 milhão de toneladas.
Os investimentos (Capex) totalizaram R$ 66,8 milhões no período, contra os R$ 64,9 milhões dos três primeiros meses de 2018.
Resultados por unidade de negócio
O destaque entre as unidades de negócio da Usiminas foi a Soluções Usiminas, que registrou aumento de 31% no Ebitda Ajustado. O resultado foi de R$ 37,3 milhões, contra R$ 28,5 milhões no primeiro trimestre do ano. A margem de Ebtida Ajustado da unidade de transformação industrial do aço e gerenciamento de serviços da cadeia metalmecânica foi de 4,8% (2T18) contra 4,1% nos três primeiros meses de 2018. A receita líquida no segundo trimestre foi de R$ 770,6 milhões e registrou uma alta superior a 9,6%, quando comparada ao trimestre anterior (R$ 702,8 milhões), em função, principalmente, do maior preço médio praticado no período (6,1%), bem como do maior volume de vendas e serviços (3,3%).
A Mineração Usiminas teve redução de 32% no Ebitda Ajustado – R$ 33,3 milhões contra R$ 49 milhões no 1tri18. A margem de Ebitda Ajustado foi de 16,5% no 2T18 contra 19,5% nos três primeiros meses do ano. O volume de produção no período atingiu 1,3 milhão de toneladas, estável em comparação ao trimestre anterior. Já o volume de vendas foi de 1,4 milhão de toneladas, contra 1,8 milhão do primeiro trimestre, em função do menor volume exportado no trimestre. Os números se devem, ainda, a uma queda da ordem de 12% na cotação média do preço do minério de ferro no mercado internacional e uma forte elevação no valor do frete marítimo, que flutuou em até 60% para a referência Brasil-China, impactando o volume de embarques para o exterior.
No caso da Usiminas Mecânica – empresa de bens de capital que atua no mercado de estruturas metálicas, naval e offshore, óleo e gás e montagens industriais -, segue o reflexo negativo causado pela estagnação dos investimentos e grandes projetos de engenharia no Brasil. Somado a isso, houve também o impacto pontual de um projeto de fabricação de vagões, levando o Ebitda Ajustado do negócio a ficar negativo em R$ 19,9 milhões e a uma margem de 19,6% negativa. Nos primeiros três meses de 2018, a margem Ebitda da Mecânica havia atingido 28,9%.
Entregas e novos projetos
O segundo trimestre foi marcado ainda por importantes conquistas para a Usiminas. Em abril, a empresa retomou as operações do Alto-Forno 1, após 34 meses desativado. Com a retomada, a Usina de Ipatinga contabilizou um acréscimo de 650 mil toneladas à sua capacidade anual de produção de ferro-fusa em mais um indicativo da curva ascendente do processo de recuperação iniciado pela companhia em meados de 2016. Foram R$ 80 milhões investidos e uma obra que durou cerca de 11 meses e gerou cerca de 600 empregos.
Em maio, a Fitch, uma das principais agências internacionais de avaliação de risco elevou a nota de crédito da Usiminas, de B para B+ com perspectiva positiva. Na sequência, em junho, foi a vez da Standard and Poors elevar a nota de crédito da companhia, de B- para B, também com perspectiva positiva. Segundo a agência, a melhora do rating reflete a recuperação gradual da empresa nos quesitos econômico-financeiros e a estratégia acertada da companhia de focar sua atuação em produtos de maior valor agregado que trazem margens mais altas.
Ainda vale destacar entre os marcos do período o início, no mês de junho, do processo de licenciamento ambiental da Musa para adoção de uma nova tecnologia para a disposição de rejeitos gerados no processo produtivo de sua unidade localizada em Itatiaiuçu (MG). O novo sistema prevê a filtragem e o empilhamento do material a seco em substituição ao método tradicional das barragens de rejeitos.
O projeto de Disposição de Rejeitos Filtrados deve consumir um investimento da ordem de R$ 140 milhões e, uma vez licenciado, será um dos primeiros grandes empreendimentos do gênero no país a utilizar essa tecnologia para a produção em larga escala. A expectativa é que sejam gerados cerca de 300 postos de trabalho durante as obras e outras 50 em caráter permanente.