quinta-feira, novembro 21, 2024
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Tubotech e wire South America: Espaço de Inovação e Oportunidades de Negócios

Durante  três dias, 13 mil visitantes conheceram as tendências e tecnologias apresentadas por cerca de 500 marcas expositoras nas feiras que são referência dos setores de tubos e fios da América Latina

Por Ricardo Torrico

Produzir conhecimento, divulgar novas tecnologias, discutir soluções, oferecer entretenimento e espaço para relacionamento foram os objetivos cumpridos pela 10ª Tubotech −  Feira Internacional de Tubos, Válvulas, Bombas, Conexões e Componentes e a 4ª wire South America − Feira Internacional de Fios e Cabos, realizadas pela Cipa Fiera Milano, com o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal (Abitam), entre os dias 1o e 3 de outubro de 2019, consolidando sua vocação como principais feiras do setor na América Latina. Nos três dias do evento, 13 mil pessoas circularam pelo São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, na capital paulista.

As duas feiras atraíram o interesse de profissionais como arquitetos, consultores, controllers, engenheiros, fabricantes e importadores de máquinas, gestores de manutenção industrial e projetistas, vindos principalmente da Argentina, Bolívia, Chile, Espanha, Estados Unidos, Índia, Paraguai, Peru, Turquia e Uruguai, além de todos estados do Brasil.

O papel do aço

Material muito versátil, empregado em restaurantes, cozinhas industriais, hospitais, laboratórios, empresas e residências em geral, o aço tem as qualidades necessárias para os mais variados usos. Entre as suas propriedades estão a resistência a baixas e altas temperaturas, composição química que o impede descascar, longa durabilidade e baixo custo de manutenção. Por se tratar de um dos materiais mais adequados para a indústria de transformação, reverte-se em uma infinidade de bens de produção ou de consumo, muitos dos quais foram expostos nos estandes da 10ª Tubotech e 4a wire.

Apesar de o Brasil ser o 10º exportador mundial de aço, distribuído para mais de 100 países, o panorama atual da indústria siderúrgica nacional é bastante desafiador. As projeções indicam que a indústria do aço só voltará ao patamar pré-crise no final do ano de 2021. Presente nesta edição dos dois eventos, a Revista do Aço registrou as perspectivas do mercado siderúrgico nacional através dos depoimentos dos representantes de alguns de seus expositores.

Allan Werner Reichenbach, gerente de Desenvolvimento da Reichenbach Equipamentos, destacou a qualidade dos visitantes na wire. “O evento foi muito bom. Estamos realmente satisfeitos com os resultados, pois vendemos alguns equipamentos durante a feira. Recebemos um público muito selecionado de empresas com projetos prontos, além de estudantes, que são nossos futuros clientes”, afirmou Reichenbach.

Na Niehoff, expositora da wire South America, o movimento de visitantes agradou. Para Renate Heying, da diretoria da empresa, as expectativas foram superadas: “Considerando o mercado atual, tínhamos projeções tímidas para a feira, mas tivemos o estande o tempo todo com pessoas interessadas em nossos produtos”.

Para Guilherme Varella, gerente da Kent do Brasil, os resultados foram positivos. “A Tubotech atendeu às nossas expectativas em relação aos visitantes e potenciais clientes. Durante a feira, consolidamos negócios que já vinham sendo atendidos e devemos efetivar outros projetos. Como a operação da empresa é recente no Brasil − tem apenas um ano −, viemos à feira para ampliar a visibilidade da marca diante de nossos parceiros e clientes. A expectavia para 2020 é que o setor siga num ritmo maior de crescimento”.

Na Tubos Oliveira, a sensação também foi de expectativa atendida.  Rogério Quideróli, gerente comercial da empresa, disse que a aposta para os próximos meses é de uma melhora na economia nacional. “Neste ano, percebemos que os setores da construção civil, impulsionado pelo maior número de lançamento de imóveis, e ferroviário, estimulado pela liberação de recursos que o governo está anunciando, devem ativar novos projetos para os fabricantes e distribuidores de tubos. Durante a feira, agendamos algumas reuniões para o pós-evento. Nosso objetivo é prospectar negócios e acompanhar as tendências”. Segundo Quideróli, está nos planos da companhia iniciar operações fora do Brasil.

Atuando há muito tempo no setor de importação aérea, Célia Pinho, presidente e fundadora da ILS Cargo Group, empresa especializada em logística para o setor de aviação, falou durante o Techshow − um ciclo de palestras realizado em paralelo à Tubotech e à wire South America − sobre a nova proposta de fluxo do processo de importação desenvolvida pela empresa. De acordo com Pinho, o fluxo tradicional é funcional, muito organizado e às vezes burocrático, o que causa do aumento do custo e demora no desembaraço do produto importado. Por isso, ela apresentou uma proposta onde todos os atores do processo de importação − do fabricante ao comprador − atuam em conjunto, trocando informações. “Com todos sendo informados ao mesmo tempo, é possível antecipar etapas, o que garante mais rapidez no desembaraço alfandegário”, explicou.

Indicados para cortar tubos, barras, chapas e em outros formatos, os discos de corte são determinantes para garantir a qualidade e a conformidade dos tubos. A afirmação é do Ernesto D’Andrea, gerente de área de vendas da italiana Julia Utensili no Brasil, que falou sobre Discos de corte, características e aplicação no corte de tubos, no Techshow. De acordo com D’Andrea, os discos são desenvolvidos de acordo com as exigências dos usuários que utilizam materiais variados para executar as suas atividades. “Saber escolher o equipamento certo garante a qualidade do trabalho. Portanto, é importante buscar informações e saber exatamente o que é necessário para executar o serviço”, explicou.

Os visitantes que passarem pelo estande da Eurostec Máquinas puderam ver em funcionamento uma máquina de corte a laser por fibra ótica fabricada na China, capaz de cortar tubos, canos e perfis de metal. De acordo com Mário Martins, responsável comercial da empresa em São Paulo, o equipamento permite o corte de perfis de até 210 mm de diâmetro e 6.500 mm de comprimento. “E o importante é que cada empresa pode comprar o equipamento de acordo com aquilo que quer cortar”, explica Martins. “A máquina está equipada com alimentação totalmente automática do material processado, além de mandril pneumático, tornando o processo de corte altamente eficaz. Também é equipada com zoom automático e embreagem eletromagnética com proteção contra impactos”.

A Inductotherm Group, empresa presente no mercado brasileiro há mais de 65 anos, apresentou o Thermatool, um sistema de solda de tubos por indução.  De acordo com Vinicius Lins, analista da empresa, o equipamento é utilizado nas mais diversas aplicações da indústria metalúrgica e processos de metais. “Trata-se de um equipamento de indução flexível, inovador e de alta qualidade e desempenho para atender as necessidades dos nossos clientes”, afirma Lins.

A Indústria Metalúrgica Costinha apresentou seu novo equipamento de laminação de Arames Nervurados CA60, um produto 100% nacional, que oferece maior facilidade de operação e mais velocidade na produção de vergalhões. De acordo com Reinaldo Lopes, gerente de Projetos da empresa, o novo sistema a frio possibilita uma velocidade máxima de 13 metros por segundo. “No sistema anterior, a velocidade ia de 8 a 10 m/s. Agora temos uma variação de 10 a 14 m/s, o que garante maior produtividade. Além disso, com a nova engenharia, as máquinas têm um cassete mais fácil de ser trocado para mudar a espessura do arame a ser produzido”, explica Lopes.

Líder latino-americano na produção de tubos de polietileno de alta resistência, a FGS Brasil − Tubos e Conexões desenvolveu, em parceria com a DuPont, um sistema de tubulações especiais para hidrocarbonetos e outros fluídos agressivos. Esse foi um dos produtos apresentados por Renato Salomão, gerente comercial da empresa durante a palestra Tubos termoplástico para alta pressão e temperatura, uma das palestras técnicas do Techshow. “É um produto que substitui os tubos de aço carbono, que sofrem grande desgaste. E também tem a vantagem de ser um produto multicamada de termoplástico feito de forma customizada, ou seja, de acordo com a necessidade do cliente”, explica Salomão.

A Genebre esteve presente na Tubotech, numa parceria com a Abimei, com todo o seu portfólio, que inclui projeto, produção e comercialização para os setores da construção (instalações de água e calefação), industrial e consumidor final, com quatro linhas de negócio: hidrossanitária, industrial, torneiras e instrumentação. Em seu estande o público pôde conferir as novidades em válvulas de latão, eletroválvulas, válvulas industriais e contadores de água.

A GDV Ferramentas chamou a atenção com a máquina de corte Starret. De acordo com Luiz Eduardo, do departamento de Vendas da empresa, a novidade, no entanto, está na linha de serras circulares HSS (High Speed Steel).  “O produto está disponível em quatro versões: lâmina HSS Neutra, indicada para cortes de materiais não ferrosos e plásticos; lâmina HSS Vaporizada, para cortes de materiais ferrosos em pequena e média escala industrial; lâmina HSS TiN, revestida de nitreto de titânio, ideal para cortes de materiais ferrosos em escala industrial e equipamentos automáticos; lâmina HSS TiNAl, revestida de nitreto de titânio e alumínio, para cortes de materiais ferrosos em escala industrial em equipamentos automáticos e situações de extremo desgaste”, explica Luiz Eduardo.

A nova linha de tubos e conexões de proteção contra incêndio GIPP resultou de uma parceria da IPC Brasil com indústrias chinesas. A empresa expôs a novidade na Ilha da Abimei. Segundo Flávio Antônio Paiva, presidente da companhia, o produto foi desenvolvido totalmente no Brasil. “Inclusive a marca foi definida por nós. Também foi realizada uma pesquisa no mercado para identificar aquilo que o consumidor procura: um produto que atenda às certificações e que tenha uma aparência mais robusta. E nós conseguimos oferecer exatamente o que o cliente quer”, afirma Paiva.

Há mais de sete anos no mercado, a UEFA Comercial Ltda. expôs sua linha de máquinas de  solda para cordinhas, máquina de solda a quente e recozimento, máquina de teste de cabo, medidor de diâmetro e corta-metros produzidas na China. Segundo Daniel Wethöfer, da área de P&D da empresa, “a feira teve visitantes bastante qualificados, o que atende aos nossos interesses. Também queremos mostrar que a UEFA pode atender o mercado e aceitar pedidos de pesquisa de desenvolvimento de novos produtos, matérias-primas, processos de produção e, consequentemente, manter o intercâmbio do Brasil com potenciais mercados mundiais”.

Estreante na Tubotech, a Amazon Aço apresentou seu amplo portfólio de produtos, que inclui tubos de aço, perfis, chapas, telhas onduladas, trapezoidais, slitters e conformados de aços planos em geral. Com 16 anos de mercado no ramo de ferro e aço e instalado em uma área industrial de 80 mil m2, a empresa é certificada pela ISO 9001. Durante o evento, as equipes comercial, de produção e qualidade, estiveram à disposição dos clientes e visitantes, para realizar reuniões e esclarecer dúvidas.

A BTL SteelWorks, única empresa com capital 100% brasileiro a fabricar tubos de aço sem costura, participou mais uma vez da Tubotech, apresentando um portfólio completo destinado aos setores de óleo e gás, siderúrgico, de álcool e açúcar.

A CMS apresentou sua nossa nova gama de sondas rotativas ultra-sônicas de alta velocidade RotoUTscan, composta por sete tamanhos e projetadas para detectar em alta velocidade e sem contato defeitos externos e internos na direção longitudinal ou transversal, FBH, SDH. As sondas são produzidas para inspecionar produtos como tubos, barras e fios.

A Nacional Tubos, empresa especializada em produtos em aços laminados a quente, a frio e decapados, apresentou seu mais recente lançamento: tubos com LE acima de 700 Mpa, produtos de altíssima resistência, utilizados na fabricação de implementos agrícolas. Além disso,  apresentou todo o seu  portfólio, que também atende  às necessidades das indústrias moveleira, construção civil, instalações industriais, indústria de bicicletas, indústria sucro-alcooleira, trefilação, autopeças, entre outros.

A Unival, empresa especializada em válvulas gaveta, globo, retenção, esfera e borboletas, levou à Tubotech conexões tubulares em aço carbono e conexões em aço carbono fundido. Entre as novidades estão os engates rápidos tipo camlock, utilizados para a conexão e instalação de mangueiras industriais responsáveis por transportar substâncias químicas, materiais corrosivos e combustíveis, normalmente utilizadas em indústrias e refinarias.

A novidade apresentada pela TanTec na wire South America foi o CableTEC, método projetado para tratamento de fios, cabos, fibras ópticas sem condutor interno, tubos e outras extrusões. O sistema de tratamento in-line é projetado para ser integrado às novas linhas de produção ou às existentes. Um sistema completo inclui um gerador de alta frequência, transformador de alta tensão, eletrodos refrigerados a ar, filtro de ozônio e um case personalizado ou uma estação de tratamento de bancada.

Para Wallysson Ferreira, gerente de vendas da EcoRobust, empresa pioneira na fabricação de equipamentos para reciclagem de fios e cabos a seco no Brasil, mesmo quando ocorre a reciclagem desses materiais, comete-se o erro de queimar o plástico para aproveitar apenas o metal, geralmente cobre. “Nossas máquinas fazem a separação do polímero do metal, para que possam ser comercializados em separado, aumentando a renda resultante do processo”, explica Ferreira.

Fabricante de carretéis de madeira para acondicionamento de fios e cabos, a Madem, que esteve presente na wire South America, também recicla seus produtos usados. “A reciclagem de carretéis de madeira é uma necessidade devido à logística reversa”, afirma Moacir Romagna, gerente comercial da empresa.

A Suprimas Stellari participou pela primeira vez no evento. Além de levar itens de seu portfólio, tais como tubos, dutos e proteções sanfonadas para máquinas industriais, também apresentou a linha Supri HD com proteção extra de anéis de aço para arraste do tubo em superfícies abrasivas. “Participamos com uma grande perspectiva e alinhados com o propósito da Tubotech”, afirmou Carlos Eduardo Vizeu Lopes, diretor da empresa.

A Supicom, empresa com atuação há 25 anos na fabricação de máquinas e equipamentos voltados para a fabricação de cabos, tem investido no desenvolvimento de novos produtos voltados para a indústria 4.0. Para a gerente geral da empresa, Andréa Cruz, o objetivo de sua participação na wire South America foi mostrar a marca, fazer negócios e lançar novas máquinas. “O destaque desta edição foi o lançamento de equipamentos com 4G, capazes de atender as exigências do que está sendo conhecida como a quarta revolução industrial”, ressaltou. A empresa está presente em todo o território nacional e em países da América Latina e África.

Ilha Abimei

A Tubotech contou pela primeira vez com a participação da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), que, além de trazer alguns de seus associados à feira, também promoveu palestras de conteúdos técnicos e workshops. Flávio Paiva, presidente do Conselho Deliberativo da entidade, considerou o público “muito qualificado”. “A ilha da Abimei foi uma atração à parte, onde reunimos as empresas mais experientes, que vivenciaram o auge do mercado e que, agora, tentam enxergar um caminho de recuperação. Os estandes das nossas associadas Genebre, Remadi, PR2 e IPC Brasil receberam um grande volume de visitantes que interagiram com os expositores. Nossa ilha também teve especialistas em instalação, de mercado, de suprimimentos, engenheiros, bem como um staff de certificadoras e de organismos normativos. Acho que, indiscutivelmente, cumprimos os objetivos traçados”, disse Paiva.

Acesse:
www.tubotech.com.br
www.wiresa.com.br
www.fieramilano.com.br

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