Carros autônomos e eletrificados devem dominar as ruas da Europa até 2040. Para atender as demandas tecnológicas desse novo mercado, a indústria de autopeças de Taiwan já desenvolve soluções e fornece para os principais países
A tendência mundial do setor automotivo é ditada pela China, país onde há cerca de 1 milhão de carros elétricos em circulação. No mundo todo, até 2018, havia 5 milhões de unidades vendidas, especialmente na Noruega, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Reino Unido, e outros países da Europa.
Na China, como nesses países, o futuro da indústria automotiva pode ser resumido na sigla CASE: os carros serão Conectados + Autônomos + com predomínio dos Serviços de compartilhamento e Eletrificados. E o futuro está mais perto do que se imagina. A Noruega já anunciou que vai proibir a venda de carros com motor a combustão até 2025, Alemanha até 2030, França e Reino Unido até 2040. Taiwan também está estudando adotar a mesma política.
Para atender as demandas do carro CASE, a indústria de autopeças de Taiwan trabalha em ritmo acelerado. Os produtos eletrônicos fabricados em Taiwan têm elevada participação no mercado mundial. O país lidera o ranking global de roteadores (76%), cabos de conexão (77%), terminais xDSL (52%), terminais e módulos de conexão 4G (46%). Os dados são da Taitra – Taiwan Trade Center – e foram apresentados no Seminário de Autopeças de Taiwan, realizado esta semana, em São Paulo.
“O faturamento de eletrônicos automotivos aumentou 5,6% em 2018, com US$7,34 bilhões, e a tendência só cresce”, afirmou Chiang Chih Wei, gerente da Taitra. No setor de autopeças, de modo geral, as perspectivas são as melhores. Desde as centrais de multimídia aos motores dos carros elétricos, o carro do futuro terá cada vez mais componentes eletrônicos. Itens de carroceria (rodas com sensores, lâmpadas de LED), de segurança (sensores e câmaras para um sistema avançado de assistência ao motorista), sensores de colisão, aviso de saída de faixa, câmara com visão de 360 graus, sensor de ponto cego, painel de realidade aumentada. E Taiwan está preparada para fornecer todas estas tecnologias – a maioria já, outras em alguns anos. Nem poderia ser diferente: o governo pretende adquirir apenas ônibus e veículos oficiais totalmente eletrificados em 2030, e a partir de 2040, todos os novos veículos comercializados em Taiwan deverão ser totalmente eletrificados.
O setor de autopeças hoje
A fabricação de autopeças é um dos setores mais produtivos de Taiwan. Há, atualmente, 2.505 fábricas em todo o país, empregando em torno de 90.000 pessoas. Em 2018, o faturamento global alcançou U$6,70 bilhões. 85% das autopeças são exportadas.
Segundo o Ministério da Economia, o setor gerou U$ 5,73 bilhões em exportações, em 2018, fornecendo principalmente para EUA (45,3%), Japão (5,7%), China Continental (5,2%), Reino Unido (3,4%) e Alemanha (2,8%). O valor total das exportações para os cinco principais países representou 65% do total.
Embora seja um parceiro potencialmente importante, o Brasil ainda não figura na lista dos mais expressivos importadores de autopeças de Taiwan, com pouco mais de 0,67% de participação de mercado. “Temos bons distribuidores no Brasil, alguns líderes em seus segmentos, mas precisamos reforçar a nossa presença aqui”, disse Rachel Lu, diretora da Taitra.
Para intensificar as relações comerciais com o setor de autopeças brasileiro, a Taitra pretende levar um grande grupo de empresários e sistemistas para a AMPA, a principal feira do segmento no país, marcada para 15 a 18 de abril de 2020, no Taipei Nangang Exhibition. Na última edição, realizada este ano, a feira atraiu mais de 39 mil visitantes de todas as partes do mundo. “Queremos ampliar nossa participação no mercado de autopeças brasileiro. Nossos produtos têm reconhecimento internacional e atendem às diversas normas de certificação, como CAPA, MQVP e ISO 16949. Estamos preparados para crescer também no Brasil”, afirmou Rachel.
Taiwan pretende intensificar relações comerciais com o setor de autopeças no Brasil
A vigorosa indústria de autopeças de Taiwan e as facilidades em fazer negócio com o país são tema de seminário marcado para 28/11, em São Paulo
Com números pujantes, a fabricação de autopeças é um dos setores mais produtivos de Taiwan, gerando impacto na economia de norte a sul do país. As 2.505 fábricas de autopeças se espalham por todo o território, com predominância do norte, onde há 1.018 fabricantes (41%), seguido das regiões central (764 fábricas ou 31%) e sul (723 ou 28%). O setor emprega em torno de 90.000 pessoas e faturou U$6,70 bilhões no ano passado.
Por ter um mercado interno pequeno, 85% das autopeças produzidas em Taiwan são exportadas. Segundo o Ministério da Economia, o valor de exportação de autopeças em 2018 foi de U$ 5,73 bilhões. Os cinco principais países importadores de autopeças de Taiwan foram EUA (45,3%), Japão (5,7%) e China Continental (5,2%), Reino Unido (3,4%) e Alemanha (2,8%). O valor total das exportações para os cinco principais países representou 65% do total.
Embora seja um parceiro potencialmente importante, o Brasil ainda não figura na lista dos mais expressivos importadores de autopeças de Taiwan, com pouco mais de 0,67% de participação de mercado. “Temos bons distribuidores no Brasil, alguns líderes em seus segmentos, mas precisamos reforçar a nossa presença aqui. A ascensão de marcas chinesas favoreceu a expansão de autopeças de Taiwan, por serem mais abertas para fabricantes menos tradicionais, mas com ótima relação custo/qualidade”, diz Rachel Lu, diretora do Conselho para o Desenvolvimento do Comércio Exterior de Taiwan – TAITRA.
Para mudar essa realidade, e intensificar as relações comerciais no setor, a Taitra irá promover o Seminário Autopeças Taiwan, dia 28 de novembro, no L´Hotel Porto Bay, em São Paulo, das 9h30 às 11h30. O tema central irá trazer um panorama das tendências dos fabricantes de autopeças taiwaneses para atender as demandas tecnológicas do mercado automobilístico mundial, especialmente em carros eletrificados. A força vigorosa da indústria de autopeças do país será apresentada com os números da AMPA, a tradicional feira do setor, que reúne cerca de 1400 expositores e 4 mil estandes em dois pavilhões do Taipei Nangang Exhibition. Na última edição, realizada este ano, a feira atraiu mais de 39 mil visitantes de todas as partes do mundo. A próxima edição está marcada para 15 a 18 de abril de 2020. “Queremos levar muitos empresários e sistemistas brasileiros para conhecer a manufatura de autopeças de Taiwan e fazer negócios conosco”, diz Rachel.
O Seminário é gratuito e as inscrições podem ser feitas clicando aqui.
Carros eletrificados – o futuro
O volume anual de exportação de autopeças de Taiwan só tende a crescer. Atualmente, os fabricantes investem em montar fábricas no exterior, estabelecer escritórios de vendas, buscar cooperação técnica ou joint-ventures, conseguindo assim entrar na cadeia de fornecimento de sistemistas ou montadoras e distribuir seus produtos no mercado global.
A concentração de fábricas-satélite e a divisão sincronizada de trabalho no processo fabril permitiram, ao mesmo tempo, a produção de escala e o fornecimento flexível. O mercado de reposição sempre foi o principal segmento para os fabricantes de autopeças de Taiwan, porém, com a difusão de veículos elétricos e a ascensão de montadoras chinesas, a indústria ganhou novos impulsos de crescimento.
O futuro do setor automobilístico mundial passa pelo carro elétrico e o carro autônomo: ambos os modelos estão se desenvolvendo com velocidade, motivados pela determinação de vários países europeus, como Alemanha, França, Grã-Bretanha e Noruega, assim como a China continental e a Índia de estabelecer uma política de proibição de vendas de veículos a combustível a partir de 2030 ou 2040. Taiwan também está estudando adotar a mesma política. O governo pretende adquirir apenas ônibus e veículos oficiais totalmente eletrificados em 2030, e a partir de 2040, todos os novos veículos comercializados em Taiwan deverão ser totalmente eletrificados.
O advento da era dos veículos elétricos permitirá que o motor elétrico substitua o motor à combustão, a bateria substitua o tanque de combustível, o redutor substitua a caixa de câmbio, colocando a indústria de autopeças em nova ordem. Atualmente, já há empresas especializadas na produção de motores elétricos em Taiwan. Uma delas é a Fukuta Motor. Segundo seu presidente, Gordon Chang, estima-se que metade dos 90 milhões de automóveis produzidos anualmente no mundo deverá ser de carros elétricos até o ano 2040, graças à política de fomento de uso do veículo elétrico dos governos no mundo. Para atender essa demanda, Fukuta integrou motor, atuator e diferencial do sistema de transmissão, criando um motor elétrico muito semelhante ao “motor tradicional”. O produto é homologado pela Tesla e já se encontra em todos os modelos da marca.
Os componentes automotivos estão se tornando cada vez mais eletrificados, inteligentes, modulares e leves. A indústria está passando por uma transformação que direciona o mercado global para duas extremidades. Uma extremidade é a demanda por componentes de alto valor, novas fontes energéticas e veículos elétricos. E a outra, de baixo custo, demandada por veículos pequenos e enxutos. Taiwan possui sólida indústria de tecnologia de informação e de semicondutores, o país investe em tecnologia de manufatura avançada e inovação, para aumentar o valor agregado dos produtos e inserir-se numa divisão internacional do trabalho para manter as vantagens da concorrência industrial. É este debate que o Taiwan Trade Center do Brasil levará no dia 28 de novembro, em São Paulo.
Sobre a AMPA : A AMPA é organizada pelo Conselho de Desenvolvimento do Comércio Exterior de Taiwan (TAITRA), que ocorrerá junto com Autotrônics (Eletrônicos automotivos), EV Taiwan (veículo elétrico) e Taiwan ITS (Intelligent Transportation Show).
Acesse: www.taitra.org.tw